Do Estadão
Com a economia paralisada por conta da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é que a produção industrial este ano caia 8,2%, segundo estimativa de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), feita a pedido do Estado. Se o cenário se concretizar, o setor pode regredir quase duas décadas em termos de produção e voltar ao nível de 2003.
Assim, se o cenário de queda de produção de 8,2% para este ano se concretizar, será o pior resultado da série da PIM, iniciada em 2002, empatando com o resultado de 2015, quando o País entrou em recessão.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial caiu 9,1% em março, na comparação com fevereiro – o pior resultado para o mês desde 2002, pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Como os efeitos do isolamento social, necessário para achatar a curva de contágio do novo coronavírus, foram mais fortes a partir de abril, a queda da produção da indústria deve ter sido pior no mês passado, lembra a economista Luana Miranda, pesquisadora de Economia Aplicada do Ibre.
“Vai ser uma recuperação bastante dolorosa para a indústria, que já vinha de dois anos de recessão, após o desastre com o rompimento da barragem em Brumadinho (em 2019) e as perdas no setor de transformação, por conta da crise econômica na Argentina, principal destino de manufaturados brasileiros”, diz Luana.
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